Diagnóstico diferencial entre demência e transtornos psiquiátricos

Artigo de revisão com o objetivo de: (1) apresentar as evidências encontradas em bases de dados brasileiras (LILACS, SCIELO) e internacionais (MEDLINE), até maio de 2011, sobre o diagnóstico diferencial dos transtornos psiquiátricos com demência, tendo como foco especial a demência de Alzheimer (DA) e a demência vascular (DV), incluindo os exames complementares que podem auxiliar neste processo diagnóstico; e (2) propor recomendações que podem ser úteis a clínicos e pesquisadores envolvidos com o diagnóstico de pacientes com demência. O diagnóstico diferencial entre demência e outros transtornos neuropsiquiátricos deve sempre incluir a avaliação de depressão, delirium, e o uso de substâncias psicoativas, tais como benzodiazepínicos, antiepilépticos e o padrão de consumo de bebidas alcoólicas. Os critérios diagnósticos atuais para demência exigem a exclusão de outros transtornos neuropsiquiátricos maiores, porém não estão disponíveis exames complementares que possam, com segurança, auxiliar de maneira definitiva nesse diagnóstico diferencial. A avaliação clínica cuidadosa e a utilização de instrumentos de rastreio já validados no Brasil podem melhorar a efetividade do clínico e do pesquisador no diagnóstico diferencial de demência e outros transtornos psiquiátricos. (Dement Neuropsychol 2011 June;5(Suppl 1):91-98)  <<< leia o artigo >>>

Tratamento da demência vascular

Recomendações para o tratamento da demência vascular (DV) do Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia (ABN). A DV tem inúmeras particularidades e pode ser considerada uma das demências preveníveis. A sua prevenção se baseia nos cuidados primários com os fatores de risco vasculares e a prevenção secundária dos fatores que levam a recorrência de alterações isquêmicas ou hemorrágicas cerebrais. Nestas recomendações são sugeridas apenas o tratamento sintomático, medicamentoso ou não baseadas nas evidências disponíveis, através da revisão das publicações nas bases MEDLINE (PubMed), LILACS e Cochrane Library. Foram analisados artigos relacionados exclusivamente à demência vascular. As recomendações dizem respeito aos seguintes fatores e suas evidências na prevenção, associação ou tratamento da demência vascular: atividade física, álcool, tabagismo, dieta e suplementos, hipertensão arterial, diabetes mellitus, obesidade, estatinas, insuficiência cardíaca, fibrilação atrial, antiagregantes, apneia do sono, revascularização carotídea e tratamento farmacológico sintomático. (Dement Neuropsychol 2011 June;5(Suppl 1):78-90)  <<< leia o artigo >>>

Demência vascular: critérios diagnósticos e exames complementares

A Demência Vascular (DV) é a forma de demência secundária mais prevalente e a segunda entre todas as demências. Sua causa direta é a doença cerebrovascular e é representada por um grupo heterogêneo de subtipos relacionando aspectos clínicos e de neuroimagem. O grupo de trabalho desse módulo visou propor diretrizes básicas fundamentadas em evidência para serem utilizadas por especialistas e não especialistas que assumem a responsabilidade de tratar pacientes com DV. As diretrizes visam estabelecer os princípios básicos para direcionar o atendimento ao paciente com suspeita de DV (e comprometimento cognitivo vascular – não demência) de modo sistematizado. O material para estabelecer essas diretrizes foi selecionado a partir de publicações obtidas através de busca em bases de dados (Medline, Scielo, Lilacs), compreendendo artigos científicos, revisões sistemáticas, metanálises, de preferência dos últimos 15 anos, ou anteriores quando pertinentes. Esta proposta abrange os principais aspectos diagnósticos relacionados a casos com suspeita ou presença de DV, que com freqüência são encaminhados ao médico especialista. É precedida por breve relato sobre a evolução do conceito da DV, sua definição e descrição sumária dos principais subtipos clínico-radiológicos. Seguem-se as etapas diagnósticas que compreendem os critérios diagnósticos específicos, considerações sobre a anamnese, o exame clínico e neurológico, a avaliação neuropsicológica, para a qual foram selecionados os instrumentos preferencialmente adaptados para o nosso meio através de validação adequada, análise de técnicas de neuroimagem e de variados exames laboratoriais, e finalmente ponderações sobre a revelação do diagnóstico. Cada etapa é seguida por recomendações, classificadas de acordo a evidência para uma medida diagnóstica e níveis de recomendação baseados nestas. Os procedimentos de avaliação visando o diagnóstico da DV requerem a contribuição das variadas habilidades profissionais diferentes. Desse modo, o ideal é que a elaboração diagnóstica seja feita por equipe multidisciplinar. A presente proposta contribui para a definição dos padrões de diagnóstico da DV através de evidência comprovada em vários níveis. É ressaltado que, apenas cerca da metade da população dos pacientes com comprometimento cognitivo vascular apresenta quadro de demência, o que torna necessária, futuramente, uma proposta visando o estabelecimento de critérios e elaboração diagnóstica dessa condição. (Dement Neuropsychol 2011 June;5(Suppl 1):49-77)  <<< leia o artigo >>>

Doença de Alzheimer: avaliação cognitiva, comportamental e funcional

Revisão e ampliação das recomendações sobre os testes e baterias empregados no Brasil para o diagnóstico e avaliação cognitiva, funcional e comportamental da demência na doença de Alzheimer (DA). De modo sistemático foi revista a literatura disponível (nas bases MEDLINE, LILACS e SCIELO) e os artigos foram avaliados e classificados por níveis de evidência, para se estabelecerem as recomendações. Para a avaliação funcional a recomendação é o uso das escalas IQCODE, DAFS-R, DAD, ADL-Q e Bayer para avaliação das atividades instrumentais da vida diária e escala Katz para avaliação das atividades básicas. Para avaliação dos sintomas neuropsiquiátricos foram recomendadas as escalas NPI e CAMDEX e a Cornell para depressão em demência. Como instrumento de rastreio deve-se utilizar o Mini-Exame do Estado Mental; quanto às baterias multifuncionais, pode-se aplicar CAMCOG-R, ADAS-COG, CERAD e MDRS, que avaliam brevemente várias funções cognitivas. Para avaliação clínica da demência e classificação de acordo com a gravidade é recomendada a escala CDR. São recomendados os testes por domínio cognitivo baseados nas evidências disponíveis para uso na nossa língua. (Dement Neuropsychol 2011 June;5(Suppl 1):21-33)  <<< leia o artigo >>>

Tratamento da doença de Alzheimer

Texto com as recomendações da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), por intermédio do seu Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento (DCNCE), para o tratamento da doença de Alzheimer no Brasil. Trata-se de uma revisão ampliada das recomendações publicadas em 2005. Os autores realizaram uma busca de artigos publicados a partir de 2005 nas bases MEDLINE (PubMed), LILACS e Cochrane Library. Os estudos foram categorizados em quatro classes e as evidências em quatro níveis, com base nas recomendações da Academia Americana de Neurologia publicadas em 2008. As recomendações terapêuticas referem-se à fase demencial da doença de Alzheimer. Apresentam-se recomendações para: farmacoterapia dos transtornos cognitivos, incluindo inibidores da acetilcolinesterase (IAChE), memantina e outros fármacos e substâncias; farmacoterapia dos sintomas comportamentais e psicológicos (SCPD), incluindo antipsicóticos, benzodiazepínicos, antidepressivos, anticonvulsivantes, IAChE, memantina e outros fármacos e substâncias; e tratamento não farmacológico dos transtornos cognitivos e dos SCPD. (Dement Neuropsychol 2011 June;5(Suppl 1):34-48)  <<< leia o artigo >>>

Diagnóstico de doença de Alzheimer no Brasil: exames complementares

Artigo com revisão das recomendações sobre os exames complementares empregados no diagnóstico clínico de doença de Alzheimer (DA) no Brasil, publicadas em 2005. Foram avaliados de modo sistemático consensos elaborados em outros países e artigos sobre o diagnóstico de DA no Brasil disponíveis no PUBMED ou LILACS. Os exames laboratoriais recomendados são hemograma completo, creatinina sérica, hormônio tíreo-estimulante, albumina, enzimas hepáticas, vitamina B12, ácido fólico, cálcio, reações sorológicas para sífilis e, em pacientes com idade inferior a 60 anos, com apresentações clínicas atípicas ou com sintomas sugestivos, sorologia para HIV. Exame de neuroimagem estrutural, tomografia computadorizada ou – preferencialmente – ressonância magnética, é indicado na investigação diagnóstica de síndrome demencial, para exclusão de causas secundárias. Exames de neuroimagem funcional (SPECT e PET), quando disponíveis, aumentam a confiabilidade diagnóstica e auxiliam no diagnóstico diferencial de outras formas de demência. O exame do líquido cefalorraquidiano é preconizado em casos de demência de início pré-senil, com apresentação ou curso clínico atípicos, hidrocefalia comunicante e quando há suspeita de doença inflamatória, infecciosa ou priônica do sistema nervoso central. O eletroencefalograma de rotina auxilia no diagnóstico diferencial de síndrome demencial com outras condições que interferem no funcionamento cognitivo. A genotipagem da apolipoproteína E ou de outros polimorfismos de susceptibilidade não é recomendada com finalidade diagnóstica ou para avaliação de risco de desenvolvimento da doença. Os biomarcadores relacionados às alterações moleculares da DA ainda são de uso quase exclusivo em protocolos de pesquisa, mas quando disponíveis podem contribuir para maior precisão diagnóstica da doença.(Dement Neuropsychol 2011 June;5(Suppl 1):11-20) <<< leia o artigo >>>

Critérios para o diagnóstico de doença de Alzheimer

Consenso realizado pelo Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia com o objetivo de recomendar novos critérios para diagnóstico de demência e doença de Alzheimer (DA) no Brasil. Foi realizada revisão das propostas de critérios clínicos e de pesquisa sugeridas por outras instituições e consensos internacionais. A nova proposta para o diagnóstico de demência exige o comprometimento funcional e cognitivo, atingindo este último pelo dois dos seguintes cinco domínios a seguir: memória, função executiva, linguagem, habilidade visual-espacial e alteração de personalidade. No diagnóstico de DA, dividiu-se a mesma em três fases: demência, comprometimento cognitivo leve e pré-clínica, sendo esta última somente para pesquisa clínica. No quadro de demência, foram aceitas outras formas de início que não a amnéstica e incluída a necessidade de exame de neuroimagem. O diagnóstico do comprometimento cognitivo leve é clínico, podendo, em situações de pesquisas, serem utilizados marcadores biológicos buscando maior probabilidade de evolução para DA. (Dement Neuropsychol 2011 June;5(Suppl 1):5-10) <<< leia o artigo >>>

The electroencephalogram of idiopathic generalized epilepsy (critical review)

Idiopathic generalized epilepsy (IGE) is classified into several subsyndromes based on clinical and electroencephalography (EEG) features. The EEG signature of IGE is bisynchronous, symmetric, and generalized spike-wave complex; although focal, irregular, and so called “fragments” of discharges are not uncommon. Other characteristic EEG features include polyspikes, polyspike-wave discharges, occipital intermittent rhythmic delta activity, and photoparoxysmal response. Both human and animal data suggest involvement of the thalamus and the cortex in the generation of spike-wave discharges in IGE. Circadian variations of generalized epileptiform discharges are well described, and these can be useful in diagnostic confirmation. Those discharges tend to occur more often after awakening and during cyclic alternating pattern phase-A of non–rapid eye movement sleep. Activation procedures such as hyperventilation, intermittent photic stimulation, eye closure, and fixation-off are useful techniques to increase the yield of both interictal and ictal EEG abnormalities. Although not in routine use, specific triggers such as pattern stimulation and cognitive tasks may also be of value in eliciting rare reflex seizure-related EEG abnormalities. Variations of EEG abnormalities are evident between different electroclinical syndromes. EEG is also affected by certain external as well as internal factors, which should be borne in mind when interpreting EEG studies in IGE. (Epilepsia, 53(2):234–248, February 2012). <<< leia o artigo >>>

Assessment of Current Diagnostic Criteria for Guillain-Barré Syndrome

Diagnostic criteria for Guillain-Barré syndrome (GBS) were devised in 1978 at the request of the National Institute of Neurological and Communicative Disorders and Stroke (NINCDS, now NINDS). The basis for issuing diagnostic criteria related to the swine flu vaccine incident of 1976-1977, which is reviewed in more detail elsewhere in the proceedings of this symposium. At the previous conference on Guillain-Barré syndrome in 1981, clarification of these diagnostic criteria was offered. In the intervening eight years it has become apparent that further comments and elaboration on the diagnostic criteria first stated in 1978 are in order. The reader should recognize that the suggestions made are solely the opinions of the authors and are not officially sanctioned by the NINDS or any neurological societies. The definition of GBS and criteria for diagnosis are reproduced below as they were first published in the Annals of Neurology in 1978. These are followed by a series of comments and suggested modifications.  >>> leia o artigo >>>

Seizure versus syncope

One of the most common but difficult management problems in medicine is that of patients who present with a paroxysmal loss of consciousness. All too often the underlying diagnosis remains elusive. This has a cost both in terms of mortality and ongoing morbidity and in terms of the financial burden associated with hospitalisation and repeated investigations. We describe a practical approach to this clinical dilemma, which is rooted in adherence to basic principles of history talcing and examination, formulation of a reasonable differential diagnosis, followed by an intelligent use of specific investigations and selection of an appropriate treatment. We also discuss the effect of sudden unexpected deadi in epilepsy and sudden cardiac dead». Despite a careful and thorough approach to the patient with a “seizure versus syncope” problem, many will require repeated assessment before a diagnosis is made. >>> leia o artigo >>>